segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sujeito e Linguagem
A linguagem é, muitas vezes, uma arena onde se digladiam intenções e expectativas opostas. Palco de ambiguidades, de duplos sentidos, de implícitos, por vezes até de silêncios disfarçados de palavras, a linguagem é também fonte frequente de mal entendidos. Você já não passou por situações em que seus interlocutores pareciam estar afirmando uma coisa, mas de fato queriam dizer outra? Pois é! Isso, na verdade, é muito mais frequente do que se imagina... Mas, se assim é, como entender esse modo de funcionamento da linguagem?
Para responder a essa questão, é preciso chamar a atenção para uma característica marcante da linguagem. Ela é indeterminada. O que se quer dizer com isso é que a responsabilidade por dizer ou não dizer algo, pelo grau de explicitação a que se quer chegar, pela escolha de enunciados ambíguos ou não ambíguos, é do Sujeito, que tem sempre um trabalho a realizar a partir das possibilidades que a língua coloca à sua disposição. Em outras palavras, dada uma determinação situação de interlocução, caberá sempre ao Sujeito escolher os enunciados que melhor se ajustem aos seus propósitos interacionais. Assim, se desejar colaborar com o Outro (seu interlocutor), escolherá enunciados que não o confundam, que deixem claros seus pontos de vista, que efetivamente respondam às perguntas feitas, e assim por diante.
Observe um exemplo tipo de trabalho do Sujeito com a Linguagem, característico do chamado discurso humorístico. A manipulação, nos exemplos abaixo, dá-se no nível morfológico. O humorista altera a forma dos radicais de conhecidas palavras da língua, neles introduzindo outros radicais que trazem consigo outros significados. Da combinação do significado desses novos radicais com o significado original daqueles aos quais eles são associados, resulta o efeito humorístico pretendido:
Dicionovário
(Palavras Que Precisam Ser Inventadas)
Abacatimento: Redução no preço do abacate.
Anãofabeto: Pequenininho que nem sabe anotar o nome.
Assassinatura: A rubrica de um criminoso de morte
Caligrafeia: Letra ruim
Calvício: Mania de estar ficando careca
Cãodução: Carrocinha de cachorro.
M.C.R.A. Paulillo. Literatura Comentada: Millôr Fernandes



RESUMINDO
A linguagem só existe porque o ser humano é capaz de pensar, de raciocinar. Somente o ser humano é capaz de realizar atividades cognitivas, ou seja, interpretar, logo formula ideias, faz relações. Tudo isso só acontece devido à interação do ser humano com o meio em que vive. Esse tipo de interação acontece entre duas ou mais pessoas ou entre duas ou mais coisas. Veja que o ser humano está em constante diálogo como tudo em volta dele. Sendo assim, ele está sempre construindo conceitos e apresentando pontos de vista da leitura que ele faz do mundo. 



Alguns conceitos de linguagem
Linguagem: é a capacidade humana de se comunicar por meio da língua.
Linguagem: é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos. A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade, seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base mais profunda da sociedade humana.
(Louis Hjelmslev)
Linguagem: é a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los(...). A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido.
(Parâmetros Curriculares Nacionais) 

Bibliografia 

ABAURRE, Maria Luiza e Pontara,  Fadel - Portugês Língua e Literatura. Editora Moderna. Volume único. 

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